segunda-feira, 23 de março de 2009

Domingo IV Quaresma


Elevação da Cruz: Amar a luz mais do que as trevas: «Deus enviou o seu Filho, para que o mundo seja salvo por Ele»

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna. Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem acredita n’Ele não é condenado, mas quem não acredita já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus. E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque eram más as suas obras. Todo aquele que pratica más acções odeia a luz e não se aproxima dela, para que as suas obras não sejam denunciadas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas,
pois são feitas em Deus.

Jo 3, 14-21


Domingo IV Quaresma

Carta de S. Paulo aos jovens de Anta
Queridos jovens:
Nesta quarta semana de Quaresma, continuo a abrir o meu coração e a partilhar convosco as minhas preocupações e reflexões.
Vão escutar no Evangelho uma frase sobre a qual gostaria de falar convosco: “Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a Vida” (Jo. 3,16). O Evangelho fala-nos da Vida que surge da entrega de alguém que decide fazer a vontade do Pai, ainda que essa entrega (como vemos na vida de Jesus) leve a dar a vida, leve ao sofrimento.
Vocês são uns entusiastas da vida e do amor… aliás para vocês a vida e o amor andam de mãos dadas e de tal maneira que só consideram que têm vida quando experimentam com intensidade o amor. Vocês sentem-se verdadeiramente vivos quando o vosso coração está cheio de afecto e de carinho, quando se sentem em casa, se têm bons amigos, se descobrem o brilho de um olhar fixo em vocês, se a vossa pele sente uma carícia e os vossos lábios o toque de outros lábios, se vivem a intimidade desejada. Mas quando a entrega toca a pele e faz sofrer, quando vos leva a morrer para algo vosso, tentam evitá-la. Vocês têm razão! A dor, o sofrimento em si mesmos não têm sentido e não vamos procurá-los. Mas, por experiência própria, digo-vos que Jesus, com a sua vida, não vem tirar aquilo que mais gostam, aquilo que traz felicidade, gozo, prazer e vida. O que Jesus faz é ensinar-nos a amar de verdade. Sabem que todo o Evangelho é um itinerário de amor. Jesus ensina-nos o que é a ternura, ensina-nos a cuidar dos que amamos, a viver a verdadeira intimidade, que consiste em “despir-se” diante do outro, em revelar o mais profundo da nossa intimidade, dos nossos desejos, gozos e alegrias e também da nossa dor. Ensina-nos que se é muito mais feliz em dar-se por inteiro, em entregar-se “por amor”.
Será que isto é daquelas coisas que só se entende quando se experimenta? Deixo-vos este desafio.


Domingo IV Quaresma